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terça-feira, 23 de julho de 2013

Não há religião superior à verdade! Ou: Os objetivos da Sociedade Teosófica.

Mandala com símbolos de todas as religiões.

As religiões estão presentes na vida das pessoas desde as mais remotas civilizações da humanidade, sob as mais diferentes formas. O poder dos sacerdotes nunca fora vencido por nenhuma outra forma de poder, seja político ou militar (a maior castas dos hindus, os brahmanes, são formados por sacerdotes). Formas de religiões podem até serem substituídas por outras (vide a vitória dos sacerdotes egípcios sobre o monoteísmo de Akhenathon, da mitologia grega sobre a mitologia etrusca ou, posteriormente, do cristianismo sobre o paganismo romano), mas nunca derrotadas completamente (a única tentativa de criação de um estado ateísta no mundo, a URSS, falhou e, acredito, justamente por ter desafiado o poder das religiões, mas esta análise merece uma outra postagem...).

Não é só isso. Sempre que houve uma forma de dominação de um povo sobre o outro, a dominação religiosa precedia a militar. O cristianismo dominou o paganismo romano e, mais tarde, o paganismo germânico antes de Roma dominar os bárbaros. O cristianismo (católico) moldou a sociedade medieval. Da mesma forma, o massacre dos povos pré-colombianos pelos espanhóis também pode ser explicados pelo fato de que a chegada deles, bem como  o fim da sua própria civilização, fora profetizado pelos próprios sacerdotes astecas. Como diz Carl Sagan, a melhor forma de dominar um povo é dizer que isso já estava "escrito nas estrelas".

Mas por que tanto poder? Como instituições desprovidas de armas conseguem tanto poder político? Simples. As religiões são as únicas instituições que dão respostas (verdadeiras ou não) às perguntas mais profundas que qualquer pessoa, por mais alienada que seja, um dia irá fazer. Qual é o sentido da vida? Por que há tanto sofrimento? Qual é o início e o fim da nossa história? As religiões retiraram o medo do, até então, inexplicado, como chuvas, trovões, furacões, terremotos e, principalmente, da morte (ou da não existência). As religiões dão motivações para as pessoas trabalharem, lutarem e, principalmente, para viverem. Os países nórdicos desenvolvidos são os mais ateístas e não-religiosos do mundo mas, também são onde se têm os maiores índices de suicídio.

Como se não bastasse dar motivação para viver, as religiões ainda dizem como a população deve viver. Irradiam valores, castram a sexualidade das pessoas, dizem o que é melhor que o quê e quem é melhor que quem e criam uma sociedade hierarquicamente organizada. Diante de tudo isso, será que não haverá um fim para o poder ideológico das religiões? Será que sempre estaremos sujeitos a que nos digam o que é melhor pra gente? Claro que não! Nos últimos tempos, estamos vivendo uma mudança de paradigmas. Se no passado éramos obrigado a comungar da religião oficial, hoje podemos professar qualquer uma e nem sequer temos uma religião oficial. Se no passado o estado financiava (diretamente) as igrejas, hoje quem os financia (diretamente) são os seus fiéis. Se no passado as religiões moldavam nossos valores, hoje os nossos valores mudam as religiões. As pessoas estão deixando de ter religiões e passando a terem religiosidade. Elas vão a batizados e casamentos católicos, ouvem músicas evangélicas, leêm livros espíritas e praticam meditações budistas.

Mas o que tudo isso tem a ver com a frase que dá título à postagem? Essa frase é atribuída a Helena Blavastky que, ao perceber todo esse poder que as religiões têm no mundo, ao invés de bater de frente, perseguir os sacerdotes, fundar uma nova religião, ou professar o ateísmo, decidiu por pesquisar a verdade dentro do que há em comum entre todas as religiões. Para tanto, ela fundou a Sociedade Teosófica, sociedade esta, com sede na Índia (provavelmente por ser o berço da mais antiga religião do mundo, o Hinduísmo), mas com atividades de pesquisa em todo o mundo. Segundo o site da Sociedade Teosófica no Brasil (link aqui), os objetivos da mesma são: 1) Formar um núcleo da Fraternidade Universal da Humanidade, sem distinção de raça, credo, sexo, casta, ou cor; 2) Encorajar o estudo da Religião Comparada, Filosofia e Ciência; e 3) Investigar as leis inexplicadas da natureza e os poderes latentes no homem.

Será que essa sociedade irá conseguir alcançar esses três objetivos? Ou será que ela acabará se tornando mais uma religião como todas as outras, a fim, apenas de garantir poder político à sua classe sacerdotal? Será que a Teosofia conseguirá acender o espírito religioso das pessoas sem apelar para o fanatismo? Ou será que seu objetivo é unificar todas as religiões em uma única instituição para servir de base para o mundo globalizado? Alguns acusam a Sociedade Teosófica de promover um neo-hinduísmo, outros, mais radicais, de baboseiras como  "religião do demônio", bruxaria e etc. O resultado disso tudo, não tem como saber mas, o fato é que: se os objetivos são nobres, a caminhada poderá ser longa mas o destino certamente será grandioso.
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