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quarta-feira, 1 de maio de 2013

Resposta à aporia sobre a onipotência de Deus


Temos a liberdade de escolha entre o bem e o mal (comemos o fruto proibido).
 
Bem, um dos primeiros post que eu fiz aqui foi sobre uma suposta aporia (impossbilidade lógica) entre a onipotência de Deus e o nosso livre arbítrio (link aqui). Basicamente, a pergunta era: como pode Deus ser onipotente, se ele permite que as coisas mais injustas ocorram no mundo? No post eu fiz apenas questionamentos mas, como ninguém que a leu quis tentar responder, vou arriscar algumas possiblidades:

Deus só é onipotente no princípio da Criação.
A onipotência de Deus se expressa no momento em que ele cria as leis básicas do universo, como ação e reação, causa e consequência, as leis básicas da Física como a gravidade, eletromagnetismo e etc. Uma vez criadas, Deus não pode passar por cima delas apenas para poder "salvar" os seres humanos das "injustiças". O contrário implicaria em uma grande instabilidade no Universo em que vivemos, este sim talvez a maior obra de Deus. Devemos lembrar que, segundo a física, nos três primeiros segundos do Big Bang essas leis fundamentais não valiam, esse momento é chamado de singularidade. Porém, uma vez valendo, não tem mais como voltar atrás. Talvez Deus seja ele mesmo essas próprias leis.

Nós somos livres e isso implica consequências.
Nós temos o livre arbítrio. Ela é uma consequência direta da lei da causa e da consequência (lei do carma). Deus não vai passar por cima da nossa própria liberdade de escolha, para poder nos salvar. Muitas vezes as coias ruins que nos acontecem são consequências de escolhas ruins que fizemos no passado, mesmo que esse passado seja muito distante (como por exemplo, vidas anteriores) para nos lembrarmos.

O ser humano produz o mal.
Fome, guerra, pobreza e até mesmo doenças, são produzidas pelos seres humanos. Mesmo que, quase sempre, as suas vítimas não sejam as mesmas pessoas que mais influiram diretamente nessas mazelas, o fato é que todos nós fazemos parte de uma mesma familia, a humanidade, e, portanto, sofremos as consequências das ecolhas feitas por aqueles que nos lideram. Cada povo tem o governante que merece! 

Não conseguimos enxergar a Justiça Divina (Deus escreve o certo por linhas tortas).
Muitas vezes, achamos que um determinado evento seja injusto por que não conseguimos observar nem as suas causas nem as suas consequências mais distantes. É o caso, por exemplo, de um desastre natural. Não sabemos que frequentemente esse desastre foi causado pela ação do homem na natureza ou pela decisão em ocupar áreas de risco. Também não conseguimos enxergar que esse desastre possa servir para nos alertar para desastres futuros ou para aumentar o nosso espírito de solidariedade.

Somos uma expressão da Divindade.
Esse é um conceito cabalistico. Segundo a cabala judaica, não somos somente filhos de Deus, fizemos parte dele em algum momento da nossa existência (durate a Singularidade?). Até que, cansamos de receber sua luz imerecidamente (comer o pão da vergonha) e decidimos por decair e tentar atingir à iluminação por nós mesmos (ocasião em que retornaríamos à ele). Essa hipótese também é simbolizada pelo fruto proibido do Jardim do Éden na história de Adão e Eva. Claro que nessa circunstância, aceitamos por passar por todas as vicissitudes por quais passamos, muito embora, até hoje, cobrarmos de Deus que nos ajude a trilhar o caminho que nós mesmos escolhemos.

Caso vocês percebam, todas essas possiblidades são decorrências da lei de causa e consequência, esta sim, parecendo ser a maior lei do universo. Como disse mais acima e no outro post, talvez Deus seja ele mesmo uma expressão dessa lei.
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