Robô Curiosity procurando sinais de vida em Marte. |
Vida em Estado simples.
Os quatro primeiro argumentos dizem respeito ao surgimento da vida em seu estado mais simples:
1. "A vida precisa de elementos químicos básicos como: carbono, oxigênio, hidrogênio, nitrogênio e etc." Neste caso, o próprio autor argumento que não há dificuldades pois estes elementos são abundantes no universo.
2. "Os elementos precisam interagir e formar moléculas inorgânicas simples, como água, amônia e o gás carbônico, e moléculas orgânicas simples, como o gás metano e outras." O autor também considera não haver muitos obstáculos à vida, neste caso, pois estas moléculas também são abundantes no universo, mesmo no espaço interestelar.
3."Essas moléculas precisam encontrar um meio [água] onde possam reagir, criando moléculas cada vez mais complexas, chegando então nas moléculas que caracterizam a bioquímica, como as proteínas e os ácidos nucleicos" Para o autor, neste passo, a situação fica mais difícil pois o surgimento da vida ficaria condicionado à existência de água em estado líquido que, por sua vez, estaria condicionada à existência de sistemas planetários com planetas em zonas habitáveis, como a Terra.
Na verdade, é aqui onde surge a minha primeira crítica: no ano em que o livro foi registrado, 2010, não tínhamos os resultados mais recentes da missão Kepler da NASA, sobre os exoplanetas (planetas em zonas habitáveis em outros sistemas solares). Hoje em dia, o tempo inteiro, o noticiário científico anuncia a descoberta de "mais um exoplaneta" feita por essa missão.
Na verdade, é aqui onde surge a minha primeira crítica: no ano em que o livro foi registrado, 2010, não tínhamos os resultados mais recentes da missão Kepler da NASA, sobre os exoplanetas (planetas em zonas habitáveis em outros sistemas solares). Hoje em dia, o tempo inteiro, o noticiário científico anuncia a descoberta de "mais um exoplaneta" feita por essa missão.
4. "De alguma forma, reações químicas inanimadas, transformaram-se no primeiro ser vivo, um conjunto de reações autosustentáveis, capaz de absorver energia do meio ambiente e de se reproduzir." Neste caso, o autor considera esse passo "misterioso". Será que teríamos aí o dedo de Deus? Tudo bem, não é este o assunto aqui. Como o assunto é raridade da vida, vamos considerar que se a água, juntamente com os elementos químicos essenciais à vida, são abundantes no universo, então a própria vida também o é.
Vida em estado complexo.
Vamos agora às condições para o surgimento de vida em sua forma mais complexa:
5. "A uma certa altura, uma membrana protetora feita de gordura, circundou os reagentes, protegendo-os do ambiente externo. Esse era o mundo dos protozoários."
6. "O próximo passo, foi a transição das células procariotas para as eucariotas, a hipótese mais aceita é que as eucariotas surgiram das alianças simbióticas dos seres procariotos."
7. "Após o advento das células procariotas, o próximo grande momento na história da vida foi o surgimento de criaturas multicelulares. A origem de seres multicelulares também é explicada a partir de alianças simbióticas."
Vale notar que, nestes três casos, existe um só princípio, uma espécie de 'lei de atração'. Assim como o ser humano se reúne em sociedades para que, juntamente, possamos aumentar a probabilidade de existência de cada um de nós, parece que os organismos mais simples também fazem o mesmo. Eles se reúnem em processos de simbiose formando organismos mais complexos. Como nas três condições o princípio é o mesmo, me parece que esses eventos não podem ser tão raros assim.
8. "A diversificação acelerada dos seres vivos, a chamada explosão cambriana, deu-se devido a mudanças no meio ambiente terrestre. As mais importantes foram a oxigenação da atmosfera, e o aumento da atividade geológica devido ao movimento das placas tectônicas"
Neste caso, o desenvolvimento da vida, estaria relacionada com o desenvolvimento da Terra. No momento em que o planeta era extremamente hostil, somente organismos muito simples, ou extremófilos poderiam se desenvolver. Uma vez com atmosfera mais densa e maiores movimentos tectônicos a vida se diversificaria. Os estudos dos exoplanetas ainda não obtiveram detalhes a ponto de dizer se atmosfera densa e movimentos tectônicos são comuns nestes planetas. Entretanto, é interessante notar que o robô curiosity já constatou que a atmosfera de Marte é mais densa do que se esperava.
Vida inteligente.
Por fim, vamos analisar o último argumento que fala sobre a origem da vida inteligente:
9. "A inteligência como conhecemos hoje, surgiu a há menos de um milhão de anos, estando presente por nem mesmo 0,02% da história da Terra".
Bem, este é o argumento mais difícil de refutar, afinal, independente de quaisquer fatores, se a vida inteligente surgiu a tão pouco tempo na Terra, mesmo que ela seja um exemplo de boas condições para que isso ocorra é por que ela não deve ser tão comum assim. Entretanto, vale notar, que estamos falando de uma noção (Tempo) bastante relativa e ainda incompreendida pelos físicos. Não podemos garantir que outros planetas não tiveram tempo para desenvolver a vida até mesmo por que este processo pode se dar de forma exponencial. Neste caso, por mais que pareça recente o surgimento da vida, talvez este seja apenas o tempo suficiente para tanto.
De todo modo, concordo em uma coisa com o livro do físico brasileiro: a busca por vida inteligente é mais do que uma busca científica, é uma busca espiritual, talvez seja uma forma de darmos sentido à nossa existência e não admitir que ela possa ser apenas obra do acaso.
6. "O próximo passo, foi a transição das células procariotas para as eucariotas, a hipótese mais aceita é que as eucariotas surgiram das alianças simbióticas dos seres procariotos."
7. "Após o advento das células procariotas, o próximo grande momento na história da vida foi o surgimento de criaturas multicelulares. A origem de seres multicelulares também é explicada a partir de alianças simbióticas."
Vale notar que, nestes três casos, existe um só princípio, uma espécie de 'lei de atração'. Assim como o ser humano se reúne em sociedades para que, juntamente, possamos aumentar a probabilidade de existência de cada um de nós, parece que os organismos mais simples também fazem o mesmo. Eles se reúnem em processos de simbiose formando organismos mais complexos. Como nas três condições o princípio é o mesmo, me parece que esses eventos não podem ser tão raros assim.
8. "A diversificação acelerada dos seres vivos, a chamada explosão cambriana, deu-se devido a mudanças no meio ambiente terrestre. As mais importantes foram a oxigenação da atmosfera, e o aumento da atividade geológica devido ao movimento das placas tectônicas"
Neste caso, o desenvolvimento da vida, estaria relacionada com o desenvolvimento da Terra. No momento em que o planeta era extremamente hostil, somente organismos muito simples, ou extremófilos poderiam se desenvolver. Uma vez com atmosfera mais densa e maiores movimentos tectônicos a vida se diversificaria. Os estudos dos exoplanetas ainda não obtiveram detalhes a ponto de dizer se atmosfera densa e movimentos tectônicos são comuns nestes planetas. Entretanto, é interessante notar que o robô curiosity já constatou que a atmosfera de Marte é mais densa do que se esperava.
Vida inteligente.
Por fim, vamos analisar o último argumento que fala sobre a origem da vida inteligente:
9. "A inteligência como conhecemos hoje, surgiu a há menos de um milhão de anos, estando presente por nem mesmo 0,02% da história da Terra".
Bem, este é o argumento mais difícil de refutar, afinal, independente de quaisquer fatores, se a vida inteligente surgiu a tão pouco tempo na Terra, mesmo que ela seja um exemplo de boas condições para que isso ocorra é por que ela não deve ser tão comum assim. Entretanto, vale notar, que estamos falando de uma noção (Tempo) bastante relativa e ainda incompreendida pelos físicos. Não podemos garantir que outros planetas não tiveram tempo para desenvolver a vida até mesmo por que este processo pode se dar de forma exponencial. Neste caso, por mais que pareça recente o surgimento da vida, talvez este seja apenas o tempo suficiente para tanto.
De todo modo, concordo em uma coisa com o livro do físico brasileiro: a busca por vida inteligente é mais do que uma busca científica, é uma busca espiritual, talvez seja uma forma de darmos sentido à nossa existência e não admitir que ela possa ser apenas obra do acaso.